
Espaço que visa divulgar e disponibilizar trabalhos de criação e crítica referentes à MPB e música popular, não apenas para promover o intercâmbio de gostos e opiniões, mas fundamentalmente catapultar o debate sobre o tema.
Cerejas
Silêncio
A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.
A Câmara Municipal está tratando de abolir os barulhos harmoniosos da cidade: os auto-falantes e as vitrolas. [...]
Gosto daqueles móveis melódicos e daquelas cornetas altíssonas. Fazem bem aos nervos. A gente anda, pelo centro, com os ouvidos cheios de algarismos, de cotações da bolsa de café, de câmbio, de duplicatas, de concordatas, de "cantatas", de negociatas e outras cousas chatas. De repente, passa pela porta aberta de uma dessas lojas sonoras e recebe em cheio, em plena trompa de Eustáquio, uma lufada sinfônica, repousante de sonho [...] E a gente pára um pouco nesse halo de encantado devaneio, nesse nimbo embalador de música, até que a altíssima farda azul marinho venha grasnar aquele horroroso "Faz favorrr, senhorrr!", que vem fazer a gente circular, que vem repor a gente na odiosa, geométrica, invariável realidade do Triângulo - isto é, da vida."
Urbano (Guilherme de Almeida), 1927.

23 de abril de 2011
Na prateleira

Marcadores:
história,
Música Popular Argentina,
Tango
16 de abril de 2011
Ah, já que falei de Som Imaginário...
Um trecho sobre o Som Imaginario pinçado da minha tese de doutorado:
E a perplexidade de Jaguar, ao ver o pessoal do Som Imaginário “(...)num embalo de sambão que me pegou de surpresa(...)”[1]. Observo que, num cenário tão polarizado, era difícil delimitar as particularidades emergentes do Clube da Esquina.
Cumpre ressaltar a importância da atuação do conjunto no disco Milton e no LP com seu próprio nome (Som Imaginário, EMI, 1970). Em sua primeira formação, o grupo era composto por Wagner Tiso (Piano), Luiz Alves (Baixo), Tavito (Guitarra Base), Frederyko (ou “Fredera”, Guitarra Solo), Robertinho Silva (Bateria) e Zé Rodrix (Órgão Elétrico e Voz). A familiaridade de todos eles com a linguagem musical internacionalizada, de viés roqueiro ou jazzista, é perceptível nos dois trabalhos. A própria capa do disco do conjunto, trazendo um desenho estilizado do instrumento de cada integrante voando no espaço – alguns até providos de asas – enfatiza a liberdade formal e a ênfase no desempenho de seus músicos como instrumentistas. As composições, a maioria feita pelos próprios membros, têm caráter bem experimental, mesclando canção e improviso, letras em português e inglês, explorando sonoridades elétricas, muitos timbres na percussão e mudanças inesperadas de compasso. (GARCIA, 2007, pp. 189-190)
[1] “Show Gal Costa e Som Imaginário”. O Pasquim, n º 83, 4-10/02/1971, p.15.
Abaixo, duas formações do Som Imaginário:

E também um vídeo da canção Feira Moderna, executada no programa Ensaio
em que a banda acompanhava Gal Costa:
em que a banda acompanhava Gal Costa:
Marcadores:
Clube da Esquina,
Som Imaginário
Imagens que fazem parte da história da música popular
Ensaio fotográfico completo mostrando a produção de uma das mais marcantes capas de LPs da história da música popular, o álbum Abbey Road, dos Beatles. [clique aqui].
Acrescento o link para a seção da The Beatles Bible que trata do assunto, trazendo inclusive um esboço feito por Paul McCartney e detalhado pelo fotógrafo Iain Macmillan antes do próprio bater as fotos.
Complete photo shooting [here] for one of the most impressive album covers in the history of popular music, The Beatles' Abbey Road. Follows link to The Beatles Bible about the same theme, showing a sketch made by Paul McCartney and detailed by photographer Iain Macmillan before he took the photos.
Complete photo shooting [here] for one of the most impressive album covers in the history of popular music, The Beatles' Abbey Road. Follows link to The Beatles Bible about the same theme, showing a sketch made by Paul McCartney and detailed by photographer Iain Macmillan before he took the photos.
8 de abril de 2011
CANAL FOFÃO: O misterioso fascínio do U2
O modal e a modinha


Muito trabalho e pouco tempo pro blog... Nessas horas o jeito é apelar. Um artigo que foi legal de fazer, mesmo sem ter aproveitado muito dele pra tese. É um ensaio arriscado, casando música e iconografia, e saltando do Brasil colonial para a segunda metade do século XX.
GARCIA, Luiz Henrique A. . O modal e a modinha: transações musicais brasileiras através da iconografia. Cronos (Pedro Leopoldo), v. 7, p. 123-134, 2003.A pintura é Negertanz (Dança de negros), de Zacharias Wagener.
Assinar:
Postagens (Atom)